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Manifesto

 

 

A Arte é para ser feita_desfeita_refeita por todos num processo sem fim.

 

 

«... volta-se toda e eu vejo-a como ela é na realidade, porque é branca, toda branca...

e então compreendo que ela, por causa da contrariedade, está seriamente morta.»

 

E. Sanguinetti, A decifração do sonho.

 

 

1º_ A Arte está seriamente morta, esta é a premissa de partida. Os mercados onde circulam os objectos artísticos-mortos, transaccionáveis como qualquer outra mercadoria, incapazes de gerarem acção revolucionária são, ainda, mercados e por isso ignoramo-los.

2º_ O nosso corpo: soma_psique_pneuma cria o novo, o diferente, o próprio – pessoal e transmissível/intransmissível que rompe com o círculo vicioso da torre de cristal do artista romântico, fechado sobre si mesmo e que produz belas obras para o mercado.

 

3º_ Mas o nosso produto não é um “objecto”, morto e parado no tempo, imobilizado, é antes um processo de construção que nunca pára na sua criação, transforma-se continuamente no debate entre o autor e o “comprador”, tornando-se assim co-autor e podendo interferir quer nas dimensões da imagem quer no suporte em que esta se vai inscrever. E assim, rompemos também com o mercado porque não nos interessa os objectos finais, mas os processos, colectivos e individuais, e as formas de os alcançar.

 

4º_ Rompemos com as instâncias de legitimação da Arte – não são as galerias e os Museus que nos dizem o que é Arte – mas nós que lhes mostramos o que é a expressão individual e colectiva dos nossos processos-objectivados por instantes. E somos nós, “máquinas-desejantes”, que os nomeamos como Arte e Arte Culta. Arte erudita – porque as narrativas existem em nós e nós é que as afirmamos como Alta Literatura. A Altura máxima que se pode atingir – a do Ser Humano Livre e desejante.

5º_ A nossa Arte não está compartimentada pelas disciplinas ou pelos departamentos das Universidades, é uma Arte Total que pode assumir inúmeras expressões – algumas ainda por inventar. O nosso corpo move-se e dançamos, a nossa voz sussurra, grita, fala e cantamos, as nossas mãos rasgam o papel, as imagens, as tintas que nos envolvem os dedos libertam-se e nascem colagens, pinturas, instalações, esculturas, painéis, quadros, alguns vivos que nos comandam para além de nós. A Arte está para lá de nós. É totalmente Livre.

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